A estação não estava longe da cidade nem da sua casa, pelo contrário, era praticamente seu vizinho, mas ele vivia lá e fazia de tudo para conseguir pegar o trem. Um trem que muita gente tinha pego e que ele queria experimentar a sensação de como era andar naquele trem que levava o passageiro a um mundo diferente do real.
Naquela hora, ele sentia a estação vazia e escura. Só sentia, porque na verdade, ele não estava tão sozinho assim. Enquanto alguns estavam na primeira viagem outros já estavam na segunda, terceira, quarta vez, mas a única pessoa que estava ao seu lado, estava se despedindo para subir no vagão.
Ele ficou tão feliz pela viagem do amigo, tão feliz que parecia que era ele quem estava lá, mas não era. Por isso, um pingo de solidão e repulsão começou a invadir o seu coração.
No começo ele não entendia porque o trem não chegava e várias indagações viam em sua cabeça.
Será que ainda nem haviam construído? Será que já havia sido destruído? Será que nunca existiu? Será que vai ser de ouro e exclusivo, feito com todo amor, carinho e total dedicação a ele?
Ah, várias perguntas sem respostas. Respostas impossíveis de serem decifradas até então.
Mas tudo bem. Agora ele já não pensa tanto nisso ou procura não pensar, ou ainda finge e mente pra todos e si mesmo que já não se importa mais de ficar plantado na estação.
Enquanto isso, ele procura se distrair e não pensar, repensar, raciocinar e tentar encontrar uma saída.
Uma saída para sair de lá, nem que fosse a pé.
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